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O fim do Orkut

Enviado por Gilberto Godoy
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   O Orkut está em velório e já tem a data do seu sepultamento. Corre lá para salvar assunto e fotos do seu interesse pois vai sucumbir. Aquela que até 2011 era a rede social mais popular no Brasil, o Orkut, sairá do ar até setembro, de acordo com um comunicado publicado pelo Google, empresa proprietária do serviço. O processo de fechamento da rede começa nesta segunda-feira, quando novos perfis já não poderão mais ser criados. Os usuários antigos terão o prazo até setembro de 2016 para exportar dados, como fotos, scraps e depoimentos, via Google Takeout em um único arquivo ZIP com arquivos HTML e fotos JPEG. Eles também poderão converter seus perfis do Orkut em contas da rede Google+, criada em 2011.

   Até o dia 30 de setembro deste ano, o serviço estará completamente fora do ar. Até mesmo o endereço, www.orkut.com, deve ser desativado, já que o criador do site, o turco Orkut Büyükkökten, deixou a companhia há quatro meses e, segundo o jornal "Folha de S. Paulo", pretende manter o controle sobre o domínio.

   “Ao longo da última década, YouTube, Blogger e Google+ decolaram, com comunidades surgindo em todos os cantos do mundo. O crescimento dessas comunidades ultrapassou o do Orkut. Por isso, decidimos dizer adeus ao Orkut e concentrar nossas energias e recursos para tornar essas outras plataformas sociais ainda mais incríveis para todos os usuários”, explica o texto de despedida publicado no blog do Orkut. A mensagem “O Orkut não estará mais disponível depois de 30 de setembro de 2014” já aparece para os usuários da rede.

   As famosas comunidades do Orkut, no entanto, receberão um outro tratamento. Eles não ficarão mais ativas, mas parte delas não será deletada. Elas continuarão disponíveis para consulta, sem interação, como uma espécie de museu virtual.

   Já os dados de comunidades e perfis acusados de cometer crimes, como o compartilhamento de imagens de pornografia inafantil, se manterão disponíveis também até o fim do ano para investigação policial.

   Famoso no auge do Orkut por ter criado mais 750 comunidades na rede social, o publicitário Bruno Predolin diz ter se sentido triste ao saber ontem da notícia do fim da rede. Ele explica que ainda se considerava um usuário do site, mesmo que a popularidade da rede social já não fosse a mesma.

   - Mesmo que ela já não tivesse tantos usuários, eu entrava para relembrar algumas coisas, pelo saudosismo. Há alguns dias resolvi rever todos os depoimentos que mandei e recebi por lá. Era cada pérola que tive que copiar e sair colando na timeline de todos os meus amigos que escreviam "aXiM". Foi divertido - conta ele, que até o ano passado ainda era ativo na comunidade do Orkut sobre o time do Palmeiras. 

   - Hoje é difícil ver atividade em alguma comunidade na rede que não seja spam. As mais movimentadas que faço parte são de séries, que o pessoal ainda comenta e disponibiliza links para download.

   Predolin diz considerar o fim dos fóruns de discussão do Orkut um dos maiores vazios deixados pela queda de popularidade da rede, e que não foi preenchido pelo Facebook ou pelo Twitter.

- Era algo mais colaborativo e inclusivo, porque todos contribuíam para que a comunidade desse certo. Atualmente no Facebook, por exemplo, há uma centralização em torno de uma pessoa que tem que fazer postagens diárias para manter uma página ativa. É bem mais complicado dar certo ou alguém se sobressair.

   ESSENCIAL PARA A WEB BRASILEIRA

   Cofundadora do festival e site YouPIX, referência sobre a internet no Brasil, Bia Granja afirma que o Orkut teve uma grande importância para a construção da web brasileira tal como a conhecemos hoje, ao ter servido como porta de entrada na rede para uma grande parcela dos brasileiros:

   - O Orkut foi a porta de entrada para a internet de 82% da população brasileira na época em que foi lançado. O único e primeiro contato de pessoas do Brasil todo com a web era através dessa rede social. Por não ter hierarquia, ser livre e fácil de usar, ela foi o primeiro grande canal de expressão do brasileiro na web - afirma ela. - Com essa rede, aprendemos que podiamos falar, brincar, criar memes, comunidades e postar o que quiser nos nossos álbuns.

   Apesar de considerar o fim da rede social o término de uma Era, por assim dizer, Bia afirma que ele já era previsível há algum tempo. Para ela, hoje o Facebook ocupa o papel que foi do Orkut há dez anos em termos de importância para os internautas do país:

   - Tem muita gente que acessa a web só no Facebook. Em junho do ano passado, as manifestações mostraram a força da rede social, e agora na Copa podemos ver o quanto ela está sendo essencial pra espalhar memes e a criatividade do povo na sua propria cobertura da Copa. Estou ansiosa pra ver o que vai rolar nas Eleições.

   A pesquisadora de redes sociais Rosana Hermann tem uma percepção parecida. Para ela, a globalização acabou com o Orkut.

   - O fim do Orkut era previsível. Era questão de tempo até o Facebook seduzir os brasileiros. O Brasil estava isolado no Orkut, fora da nova ordem mundial onde o Facebook reinava. A globalização matou o Orkut - afirma Rosana, que, no entanto, acredita que as repercussões da rede serão sempre estarão presentes no país.

   - É como diz o ditado popular nesses tempos digitais: você pode sair do Orkut, mas o Orkut nunca vai sair de você.

   Apesar de ter sido lançada nos Estados Unidos em fevereiro de 2004, foi só em dezembro de 2011 que o Facebook finalmente superou o número de usuários do Orkut no Brasil, país que, à época, detinha 60% das contas da rede criada por Orkut Büyükkökten. Hoje, a rede social fantasma ainda tem 5 milhões de usuários no país, segundo a empresa de consultoria IBOPE Nielsen.

     Fonte: do O Globo por Thiago Jansen 

    Hoje, porém, um movimento na rede pede que o Orkut sobreviva. Veja:
 http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/mais-de-50-mil-pessoas-pedem-ao-google-que-nao-encerre-orkut

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