Aguarde por gentileza.
Isso pode levar alguns minutos...

 

A sua pontualidade diz muito sobre você - Mark Tawil

Enviado por Gilberto Godoy
a-sua-pontualidade-diz-muito-sobre-voce---mark-tawil

   Tenho um amigo, francês, que aqui vou chamar de Pierre. Radicado no Brasil há uma década, Pierre é reputado por seu senso de humor refinado, visão estratégica e predileção por boas cervejas. Quase todas as vezes que marquei algo com Pierre, fosse um almoço, café ou reuniões de trabalho, a pontualidade do brasileiro (ou a falta de) esteve em pauta.

   É evidente que, nestes três anos de convívio, devo ter-me atrasado em umas duas ou três ocasiões, afinal, vivo em São Paulo, e ainda que me locomova sem carro por opção, tenho a cidade inteira contra mim quando quero chegar na hora a um compromisso.

   Nas ocasiões em que anunciei uma eventual demora, Pierre não perdeu a oportunidade: “Vai se atrasar, né? Como bom brasileiro...”, cutucou ele, rindo.

   Sou obrigado a condescender com o francês: a pontualidade por aqui, definitivamente, não é levada a sério. Ainda duvida?

   A aula na faculdade começa às 8h? Não corra, a tolerância é de 10 minutos! O escritório abre às 9h, mas ninguém decretará falência se o colaborador chegar às 9h30 (umas duas vezes por semana). O convite da festa infantil marca 15h? Apareça umas 16h que talvez o aniversariante já esteja pronto. Jantar em casa de amigos às 20h? Ninguém te deixará morrer de fome se você se atrasar 20 minutinhos. Em casamentos, inovação: padrinhos agora chegam após a noiva.

   Compromissos corporativos não escapam à regra: reuniões, cafés-da-manhã,kick-offs e fechamentos, entre outros, estão sempre, ou quase, sujeitos a  delay.

   Isso sem falar dos atrasos dos ônibus, trens, metrôs, aviões, serviços médicos, entrega de mercadorias, de obras...

   A impontualidade no Brasil é cultural. Está impregnada em todas as áreas, em todos os níveis.

   Acompanhe textos semanais no Pulse seguindo meu perfil. Vou gostar de te ver lá!

   Pensando alto aqui, me questiono até onde essa falta de compromisso com os compromissos nos leva e nos levará? Os pequenos atrasos do dia-a-dia são exclusivamente pequenos atrasos ou o início de uma grande onda de lama tóxica que arrebata tudo e todos por onde passa? Para ponderar.

   A pontualidade está sempre entre as características mais marcantes das pessoas bem-sucedidas

   Convém lembrar que pontualidade não é favor. Controlar o próprio tempo é uma responsabilidade, entre tantas que permeiam nosso dia. Com a diferença que esta, quase sempre, envolve terceiros. Ser pontual, sendo assim, demonstra respeito para com o outro.

   Numa rotina caótica como a nossa, com dezenas de microcompromissos diários e centenas de e-mails para ler na semana, quem controla seus horários com rigor e consegue estar na hora marcada em locais previamente estabelecidos agrega valor a sua imagem, lustra o seu nome e a sua marca.

   A impontualidade gera desconforto, mancha reputações e, no longo prazo, podeestragar uma carreira

   O atraso compulsivo como regra, por sua vez, demonstra exatamente o contrário: a imagem de uma pessoa muitas vezes atrapalhada, que tem dificuldades em cumprir o que promete, refém até dos pequenos obstáculos. No campo profissional, quem se mostra incapaz de gerenciar o próprio tempo, em certos casos, perde até a oportunidade de gerir equipes e projetos maiores.

   Chega a ser notável a criatividade daqueles que arrumam tantas desculpas por não comunicar atrasos num mundo interconectado por WhatsApp, FaceTime, Skype, Facebook, SMS e o velho telefone.

   Criar um networking consistente, que impulsiona carreiras e negócios, passa primeiro por confiança e credibilidade. E estas não se compram. Se conquistam com comprometimento, excelência e respeito.

   Sobre o autor: Marc Tawil, jornalista, radialista e escritor. Pertenceu às redações do jornal Resenha Judaica, Rádio Jovem Pan AM, Jornal da Tarde (Grupo Estado) e Rádio BandNews FM. Publicou os livros Trânsito Assassino (Ed. Terceiro Nome), Haja Saco, o Livro (Ed. Multifoco) e editou a biografia do advogado Abrão Lowenthal (Ed. Quest). Tem MBA em Gestão Empresarial pela FGV e cursa MBA de Marketing pela USP. Dirige a Tawil Comunicação.

     Fonte: Linkdin.com

     Nota do blog: post em homenagem ao meu grande amigo RR.

Comentários

Comente aqui este post!
Clique aqui!

 

Também recomendo

  •    Étienne de La Boétie morreu aos 33 anos de idade, em 1563. Deixou sonetos, traduções de Xenofonte e Plutarco e o Discurso Sobre a Servidão Voluntária, o primeiro e um dos mais vibrantes hinos à liberdade dentre os que já se escreveram.  Toda a sua obra ficou como legado ao filósofo Montaigne (1533 – 1592), seu amigo pessoal que... (continua)


  •    É duro aceitar que algumas pessoas são mais capazes e mais afortunadas do que outras. Há muito suspeitava que um dia as mulheres mais bonitas iam ser de alguma forma castigadas por nossa sociedade. Meu temor, em parte, se confirmou. Incluindo aí também um castigo para os homens mais bonitos. E por quê?   (continua)


  •    Hoje voltou o frio. Veio como havia muito não vinha. Gelou o ar, esfriou o sofá da sala, resgatou meias, casacos e dores do fundo de uma gaveta que emperra como não quisesse abrir. Chegou sabe-se lá de onde, do pacífico, dos polos congelados, do sul do país. Não importa. Aqui faz frio. Em seu sopro fresco e úmido, esse frio há de aquecer os ímpetos de alguém.   (continua)


  •    Existe no português uma palavra chamada solitude, que diferente de solidão é uma solidão voluntária, escolhida, desejada. Nós não somos muito acostumados a ligar vontade com solidão, por isso a palavra solitude é pouco usada. É meio óbvio pensar que as sociedades antigas só podiam dar nomes àquilo que elas viam ou que existia, pois é...   (continua)


  •    O professor de História, no seu primeiro dia de aula, entra e os alunos nem percebem, conversando, falando ou jogando no celular. Ele escreve na velha lousa um imenso H, e depois vai desenhando cabeças com bigodes e barbas, enxada, foice. A turma foi prestando atenção, trocando risinhos, e agora espera curiosa.    (Continua)


  •    Uma boa reflexão sobre o que podemos ser. 
      "Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo cativo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas. Depois de cinco anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista...   (continua)


  •    “Se por um instante Deus se esquecesse de que sou uma marioneta de trapos e me presenteasse com mais um pedaço de vida, eu aproveitaria esse tempo o mais que pudesse... Possivelmente não diria tudo o que penso, mas definitivamente pensaria tudo o que digo. Daria valor às coisas, não por aquilo que valem, mas pelo que significam.   (continua)


  •    "O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódios... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria.   (continua)


Copyright 2011-2024
Todos os direitos reservados

Até o momento,  1 visitas.
Desenvolvimento: Criação de Sites em Brasília