Aguarde por gentileza.
Isso pode levar alguns minutos...

 

Felicidade - Elton Simões

Enviado por Gilberto Godoy
felicidade---elton-simoes

    Se, quando nossa civilização desaparecer, os únicos resquícios arqueológicos de nossa existência forem os nossos álbuns de fotografias, os arqueólogos do futuro verão somente rostos sorridentes, festas e comemorações. A conclusão inevitável será que nossa civilização era composta exclusivamente por pessoas felizes. Existiria um elemento de verdade nesta conclusão equivocada: a busca da felicidade é importante na nossa cultura.

     A busca da felicidade é tão importante que a declaração de independência dos EUA considera óbvio que todos os homens têm direito fundamentais e inalienáveis ao seu alcance.

     Apesar de ser muito especifico em relação aos obstáculos à busca da fecidade pelo Homem daquela época, o documento não define o que é felicidade. Ele apenas proclama o direito do ser humano de persegui-la.

     Já os economistas não são tão vagos. Para eles, a vida é a busca de satisfação, que atingimos pelo consumo. Parece que para os economistas felicidade e consumo são (quase) sinônimos. Portanto, busca da felicidade, na economia, é procurar aumentar o consumo de bens e serviços. Consumir é ser feliz.

     Talvez por isso a principal medida do nosso avanço seja a quantidade de bens e serviços que produzimos a cada ano. Estamos sempre focados na velocidade do crescimento do PIB. Consideramos desenvolvidos aqueles países onde seus habitantes podem consumir mais.

     Na nossa teoria econômica, não existiriam limites físicos para a expansão do consumo pela humanidade. Ou melhor, os limites físicos, se existirem, são chamados de externalidades: não fazem parte do modelo econômico. Os limites dos recursos naturais da Terra estão entre essas externalidades.

     Na medida em que avançamos século XXI adentro, fica cada vez mais claro que os recursos limitados da Terra, e a nossa maneira de ver a economia, estão em clara contradição. Essa externalidade não é mais exceção, mas sim parte da regra.

     As limitações da Terra precisam ser analisadas, compreendidas e incorporadas à teoria econômica e à maneira como vivemos. A felicidade através do aumento ilimitado do consumo não mais é possível como objetivo.

     A espécie humana se orgulha de ter sobrevivido graças à sua capacidade de adaptação. Nesta era e tempo, precisamos desesperadamente dessa habilidade. Precisamos de novas teorias econômicas que expliquem melhor nossa realidade. Precisamos de outras medidas de felicidade. Realidades novas exigem certezas novas. 

Comentários

Comente aqui este post!
Clique aqui!

 

Também recomendo

  •    “A compreensão do papel do ambiente na vida humana mostra que ele não apenas “cutuca ou sacode”, mas seleciona. Sua função é semelhante à da seleção natural, embora em uma escala temporal bem diferente... seu papel foi deixado de lado e é importante para uma análise consistente do comportamento.   (continua)


  •    Pistas não faltam: seja pelo jeito peculiar com que as famílias vão se transformando, seja pela rotina das cidades, a evolução dos gostos e preferências das sociedades, as apostas da ciência ou os caminhos abertos pela tecnologia, já é possível vislumbrar como será a vida de um cidadão daqui para a frente.   (continua)


  •    Nasce o ideal da nossa consciência da imperfeição da vida. Tantos, portanto, serão os ideais possíveis, quantos forem os modos por que é possível ter a vida por imperfeita. A cada modo de a ter por imperfeita corresponderá, por contraste e semelhança, um conceito de perfeição. É a esse conceito de perfeição que se dá o nome de ideal.   (continua)


  •    Elton Simões 
       Não tenho o menor senso de direção. Faço parte daquele grupo de pessoas para as quais o deslocamento de um lugar a outro é sempre um desafio. O Norte parece sempre mudar de lugar. Estar pedido é não somente habitual, mas também um fato inevitável da vida.   (continua)


  •    Era o elemento que faltava para completar o pacote ecologicamente correto do estereótipo do povo de Seattle. Além de fazer reciclagem, comprar produtos orgânicos produzidos localmente e trocar o carro pelo transporte público, o típico morador de Seattle também simplifica a vida praticando o “downsizing”.   (continua)


  •    Étienne de La Boétie morreu aos 33 anos de idade, em 1563. Deixou sonetos, traduções de Xenofonte e Plutarco e o Discurso Sobre a Servidão Voluntária, o primeiro e um dos mais vibrantes hinos à liberdade dentre os que já se escreveram.  Toda a sua obra ficou como legado ao filósofo Montaigne (1533 – 1592), seu amigo pessoal que... (continua)


  •    É duro aceitar que algumas pessoas são mais capazes e mais afortunadas do que outras. Há muito suspeitava que um dia as mulheres mais bonitas iam ser de alguma forma castigadas por nossa sociedade. Meu temor, em parte, se confirmou. Incluindo aí também um castigo para os homens mais bonitos. E por quê?   (continua)


  •    Hoje voltou o frio. Veio como havia muito não vinha. Gelou o ar, esfriou o sofá da sala, resgatou meias, casacos e dores do fundo de uma gaveta que emperra como não quisesse abrir. Chegou sabe-se lá de onde, do pacífico, dos polos congelados, do sul do país. Não importa. Aqui faz frio. Em seu sopro fresco e úmido, esse frio há de aquecer os ímpetos de alguém.   (continua)


Copyright 2011-2024
Todos os direitos reservados

Até o momento,  1 visitas.
Desenvolvimento: Criação de Sites em Brasília