Aguarde por gentileza.
Isso pode levar alguns minutos...

 

Cantares - Antônio Machado Ruiz

Enviado por Gilberto Godoy
cantares---antonio-machado-ruiz

"Tudo passa e tudo fica
porém o nosso é passar,
passar fazendo caminhos
caminhos sobre o mar

Nunca persegui a glória
nem deixar na memória
dos homens minha canção
eu amo os mundos sutis
leves e gentis,
como bolhas de sabão

Gosto de ver-los pintar-se
de sol e graná voar
abaixo o céu azul, tremer
subitamente e quebrar-se...
Nunca persegui a glória

Caminhante, são tuas pegadas
o caminho e nada mais;
caminhante, não há caminho,
se faz caminho ao andar

Ao andar se faz caminho
e ao voltar a vista atrás
se vê a senda que nunca
se há de voltar a pisar

Caminhante não há caminho
senão há marcas no mar...

Faz algum tempo neste lugar
onde hoje os bosques se vestem de espinhos
se ouviu a voz de um poeta gritar
"Caminhante não há caminho,
se faz caminho ao andar"...

Golpe a golpe, verso a verso...

Morreu o poeta longe do lar
cobre-lhe o pó de um país vizinho.
Ao afastar-se lhe vieram chorar
"Caminhante não há caminho,
se faz caminho ao andar..."

Golpe a golpe, verso a verso...

Quando o pintassilgo não pode cantar.
Quando o poeta é um peregrino.
Quando de nada nos serve rezar.
"Caminhante não há caminho,
se faz caminho ao andar..."

Golpe a golpe, verso a verso."



 

Antonio Cipriano José María y Francisco de Santa Ana Machado Ruiz, conhecido como Antonio Machado foi um poeta espanhol, pertencente ao Modernismo. Nasceu a 26 Julho 1875 (Sevilha, Espanha). Morreu em 22 Fevereiro 1939 (Collioure, França)

Comentários

Comente aqui este post!
Clique aqui!

 

Também recomendo

  •    Como é rico o nosso país em cultura. As poesias regionais são magniíficas. Vejam o lindo vídeo do gaúcho Jayme Caetano Braun. Ele mostra o querido Rio Grande.  Jayme sonhava em ser médico mas se tornou um autodidata nos assuntos da cultura sulina.   (continua)


  • “Não acabarão nunca com o amor,
    nem as rusgas,
    nem a distância.
    Está provado,
    pensado,
    verificado...
    (continua)


  • "Até agora, a maior metade atravessei
    desta vida flutuante – eis a palavra mágica:
    pois nos veda provar alegrias além
    do que podemos ter! A metade da vida...
    (continua)


  • Escrevo cartas, bilhetes, lista de compras,
    composição escolar narrando o belo passeio
    à fazenda da vovó que nunca existiu
    porque ela era pobre como Jó.
    Mas escrevo também coisas inexplicáveis:
    quero ser feliz, isto é amarelo.
    E não consigo, isto é dor.
    (continua)


  •    Poeta, contista e romancista Henry Charles Bukowski Jr. é considerado o último escritor maldito da literatura norte-americana. Nasceu na Alemanha, mas se mudou para os Estados Unidos aos 3 anos. Bukowski começou a escrever poesias aos 15 anos mas seu primeiro livro...   (continua)


  •              Poema do período abolicionista feito por Castro Alves e reproduzido, parte musicalmente, por Caetano Veloso e Maria Bethânia.

    'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço
    Brinca o luar — dourada borboleta;
    E as vagas após ele correm... cansam
    Como turba de infantes inquieta.
    (continua)


  • Sophia de Mello Breyner Andresen
    "Para enfrentarmos juntos o terror da morte
    Para ver a verdade para perder o medo
    Ao lado dos teus passos caminhei
    (continua)


  •     Poema do "poeta dos escravos" Antonio Frederico de Castro Alves (1847-1871), declamado pelo ator Paulo Paquet Autran (1922-2007)


  •    Nesse vídeo, a cantora diz o "Poema do menino Jesus", de Fernando Pessoa e, em seguida, canta "O doce mistério da vida". Post em homenagem a data de nascimento do grande poeta português, 13 de junho. A dela é 18 de junho.   "... a mim ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas..."   (continua)


  • "Manhã de outono, noite de inverno:
    duas estações repartem ao meio, o dia.
    O fôlego renovado do vento faz dançar folhas órfãs.
    A força retocada do frio faz tremer nuas árvores.
    E, enquanto a noite suspira neblinas,
    estrelas pendem de cansaço e sono.
    (continua)


  •    Um poema inédito de Fernando Pessoa foi encontrado em um  "livro de autógrafos" com um manuscrito de do poeta na última página. A escritores como Fernando Pessoa, tem-se sempre a ideia de que já não há mais nada a descobrir sobre eles. Afinal, no caso do poeta português, já se passaram mais de 80 anos da morte.   (continua)


  • Vamos, não chores.
    A infância está perdida.
    A mocidade está perdida.
    Mas a vida não se perdeu.
    (continua)


Copyright 2011-2025
Todos os direitos reservados

Até o momento,  1 visitas.
Desenvolvimento: Criação de Sites em Brasília