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O debate sobre o ensino da comunicação no país

Enviado por Gilberto Godoy
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     Os rumos do ensino da comunicação no país. Esse foi o tema do debate ocorrido ontem, em São Paulo, no Barão de Itararé. Promovida pela entidade, além do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da Socicom, a atividade contou com a participação da pesquisadora Maria Cristina Gobbi, do Ipea, e Altamiro Borges, jornalista e presidente do Barão de Itararé. A jornalista Mirlene Bezerra, também do Ipea, mediou a conversa.

     Gobbi apresentou seu estudo feito para o Panorama da Comunicação e das Telecomunicações 2011/2012, publicado pelo Ipea, em que reúne dados e informações em um verdadeiro diagnóstico do ensino da comunicação no país. “Mapeamos o que está sendo feito em termos de desenvolvimento dos estudos em Comunicação no Brasil. A pesquisa buscou compreender melhor a base da formação em Comunicação no país, para examinarmos como está o ensino da área”, afirma.

     A pesquisadora produziu um vasto banco de informações e números sobre as instituições de ensino, o perfil dos estudantes e a produção científica em geral. “O mapa abrange universidades e faculdades públicas, privadas, comunitárias e confessionais; cursos de graduação e pós-graduação, além de extensão universitária; periódicos científicos; grupos de pesquisa das associações científicas da Socicom, além de um levantamento dos apoios financeiros, públicos e privados, fluxo de publicações e divulgação da produção científica da área”, diz.

     Segundo Gobbi, a “revolução digital” em curso é um fator de transformação radical do fazer e do pensar na comunicação. “Temos um novo cenário, no qual há interação, com o público passando a ser, também, produtor de conteúdo. Esse cenário exige novas formas de pensar a comunicação, transmetodológicas”.

     Em sua avaliação, a área está cercada por desafios que eclodem em cenários diversificados, necessitando consolidação e legitimação. “Precisamos entender as fronteiras do nosso campo e consolidar o diálogo com os outros”, afirma, acrescentando que “ambientes de pesquisa têm de funcionar como centros aglutinadores de uma produção ampla na área da comunicação”.

     Onde estamos e para onde vamos

     Altamiro Borges reforçou a tese de Gobbi sobre o impacto da chamada revolução digital na comunicação. Em sua opinião, “a era digital abala profundamente a área, que precisa voltar seus olhos para este fenômeno e se reinventar com as transformações que ele têm realizado”. Borges, no entanto, expressou preocupação em relação à formação na área: “Como desenvolvermos, nessa área de conhecimento, um comunicador comprometido com a informação de qualidade, com a ética e a realidade social?”, indagou.

     Ele apontou as mudanças na legislação da categoria jornalística, como a questão do diploma e a precarização nas condições de trabalho, como um dos problemas a serem resolvidos. “Além disso, a ausência de regulação no setor também cria um clima pouco favorável ao cumprimento da função social do comunicador”, acrescenta.

     Com o endosso da pesquisadora do Ipea, Borges também criticou o caráter mercadológico do ensino da comunicação como um entrave para o desenvolvimento da área. Para ele, o setor privado do ensino de comunicação tem uma visão extremamente mercadológica, buscando estritamente o lucro, enquanto o ensino público carece de investimentos.

     Borges afirma que há um “vazio ético no setor” e o comunicador está distante do interesse público. “Em minha opinião, a formação vai no caminho inverso da ética e do interesse público. Fusão da notícia e do entretenimento; confusão de jornalismo com assessoria de imprensa; concentração de propriedade no setor; crescente manipulação com razões políticas e comerciais. Estamos formando jornalistas sem senso crítico e sem senso ético”, diz.

     Os encontros do Ciclo de Debates Panorama da Comunicação e Telecomunicações discutem oPanorama da Comunicação e das Telecomunicações 2011/2012, lançado pelo Ipea, em debates semanais. Os encontros têm transmissão ao vivo pelo www.anid.com.br/debate, com direito a chat e participação do internauta.

     Fonte: do sítio do Centro de Estudos Barão de Itararé - Por Marco Antonio L. - Blog do Miro

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