Aguarde por gentileza.
Isso pode levar alguns minutos...

 

Um olhar diferente - Mário Quintana

Enviado por Gilberto Godoy
um-olhar-diferente---mario-quintana

 

O tempo é um ponto de vista dos relógios.
A modéstia é a vaidade escondida atrás da porta.
Se a casa é para morar, por que a porta da casa se chama porta da rua?
A esperança é um urubu pintado de verde. O vento assovia de frio.
Um discurso em homenagem nossa é uma verdadeira surra às avessas: fica-se naquele estado horrível e sem palavras com que revidar!
A vida nutre-se da morte, e não a morte da vida, como julgam alguns pessimistas.
A morte é o aperitivo da vida. ...a morte não faz esquecer, mas faz tudo lembrar.
A curva é o caminho mais agradável entre dois pontos.
O que tem de bom numa galinha assada é que ela não cacareja.
Dizem que sou modesto. Pelo contrário, sou tão orgulhoso que nunca acho que escrevi nada à minha altura.
Se eu acredito em Deus? Mas que valor poderia ter minha resposta, afirmativa ou não? O que importa é saber se Deus acredita em mim. Rezar é uma falta de fé: Nosso Senhor bem sabe o que está fazendo...
O despertador é um acidente de tráfego do sono.
Desconfio desses turistas que consideram exóticos os países visitados. Ficam de fora, vendo o pitoresco em tudo: nas casas, nas roupas, nos costumes, nas crenças... E nem desconfiam que a única nota exótica desses indefesos países são precisamente eles!
O problema da solidão não consiste em saber como solucioná-la, mas saber como conservá-la.
O bacteriologista é um astrônomo às avessas: espia pelo outro lado do canudo...
A pantera é uma curva em movimento.
Nem todos podem estar na flor da idade, é claro! Mas cada um está na flor da sua idade.
Nós não perdemos os mortos, os mortos é que nos perdem.
A morte é quando a gente pode, afinal, estar deitado de sapatos.
Não sabias? As nossas mortes são noticiadas como nascimentos pela imprensa do Outro Mundo. Os lugares-comuns são cômodos como sapatos velhos. Facilitam a vida, estreitam relações, evitam desconfianças e desentendimentos.
Nunca me senti bem nas salas de estar. Salas de estar... Mas de estar o quê? Não, o provérbio não está bem certo.
O raio é que enquanto há esperança, há vida. Jamais foi encontrado no bolso de um suicida um bilhete de loteria que estivesse para correr no dia seguinte. 
A rua é um rio de passos e vozes.
Tenho uma enorme pena dos homens famosos, que por isso mesmo perderam a sua vida íntima e são como esses animais do Zoológico, que fazem tudo à vista do público.
A Matemática é o pensamento sem dor.

Comentários

Comente aqui este post!
Clique aqui!

 

Também recomendo

  •    Como é rico o nosso país em cultura. As poesias regionais são magniíficas. Vejam o lindo vídeo do gaúcho Jayme Caetano Braun. Ele mostra o querido Rio Grande.  Jayme sonhava em ser médico mas se tornou um autodidata nos assuntos da cultura sulina.   (continua)


  • “Não acabarão nunca com o amor,
    nem as rusgas,
    nem a distância.
    Está provado,
    pensado,
    verificado...
    (continua)


  • "Até agora, a maior metade atravessei
    desta vida flutuante – eis a palavra mágica:
    pois nos veda provar alegrias além
    do que podemos ter! A metade da vida...
    (continua)


  • Escrevo cartas, bilhetes, lista de compras,
    composição escolar narrando o belo passeio
    à fazenda da vovó que nunca existiu
    porque ela era pobre como Jó.
    Mas escrevo também coisas inexplicáveis:
    quero ser feliz, isto é amarelo.
    E não consigo, isto é dor.
    (continua)


  •    Poeta, contista e romancista Henry Charles Bukowski Jr. é considerado o último escritor maldito da literatura norte-americana. Nasceu na Alemanha, mas se mudou para os Estados Unidos aos 3 anos. Bukowski começou a escrever poesias aos 15 anos mas seu primeiro livro...   (continua)


  •              Poema do período abolicionista feito por Castro Alves e reproduzido, parte musicalmente, por Caetano Veloso e Maria Bethânia.

    'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço
    Brinca o luar — dourada borboleta;
    E as vagas após ele correm... cansam
    Como turba de infantes inquieta.
    (continua)


  • Sophia de Mello Breyner Andresen
    "Para enfrentarmos juntos o terror da morte
    Para ver a verdade para perder o medo
    Ao lado dos teus passos caminhei
    (continua)


  •     Poema do "poeta dos escravos" Antonio Frederico de Castro Alves (1847-1871), declamado pelo ator Paulo Paquet Autran (1922-2007)


Copyright 2011-2024
Todos os direitos reservados

Até o momento,  1 visitas.
Desenvolvimento: Criação de Sites em Brasília