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Uma avalanche de informação cotidiana

Enviado por Gilberto Godoy
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    Estamos perdendo nossa intimidade a passos largos. E não de uma forma clandestina, senão que nós mesmos estamos dispostos a perder porque, em troca, recebemos maior visibilidade, interagimos com mais pessoas, nos beneficiamos com mais vantagens. Por exemplo, à hora de mudar status, enviar fotos ou Likes em Facebook estamos alimentando um grande banco de dados que a todos vê.


     Tudo isso talvez nos conduzirá a redefinir os limites da privacidade, em uma sociedade cada vez mais interconectada, já que uma das vantagens relacionadas à perda dessa intimidade tenha a ver com o fato de que em todos os momentos saibam onde estamos, onde vamos, quanto tempo estamos em um lugar, a que velocidade nos movemos, etc. Tudo graças ao fato de que carregamos dispositivos de geolocalização em nosso bolso em forma de smartphone.

     Mas isto está apenas começando, aqui já elucubro sobre as conseqüências que isso poderia ter, por exemplo, no turismo, ou nos seguros de carros, ou qual empresa de transportes é mais eficiente, otimizando mais que nunca seus trajetos: a rota mais eficiente é determinada em parte em função dos dados de entregas anteriores, perfeitamente monitoradas.

     A Air Sage, por exemplo, processa diariamente 15 bilhões de registros de geolocalização de deslocações de milhões de usuários de telefonia móvel, a fim de elaborar relatórios em tempo real sobre o trânsito de mais de cem cidades dos Estados Unidos. Diversas outras empresas usam estes dados para determinar quais são as zonas da cidade com a vida noturna mais animada, ou para estimar o número de pessoas que compareceram em uma manifestação. Acabando com a patacoada da estimativa de mil manifestantes, 300 segundo a Guarda Civil. (O que a polícia entende de números? Acaso um policial está mais preparado que um matemático para dizer quantas pessoas há em um local?)

     A verdadeira revolução ainda está por chegar. Alex "Sandy" Pentland, diretor do Laboratório de Dinâmica Humana do MIT, e Nat Eagle são pioneiros do que já denominam reality mining (mineração da realidade): que visa extrair inferências e predições sobre o comportamento humano em função das enormes quantidades de dados procedentes dos celulares. Por exemplo, para predizer quem contraiu a gripe antes de que eles saibam.

     Eagle também usou esta classe de dados com mais de 200 operadoras em mais de cem países do mundo para averiguar coisas simples, como quantas vezes por semana uma família lava a roupa, limpa a casa e outros serviços domésticos.

     Vitor Mayer-Schönberger e Kenneth Cukier no livro "Big Data, Como extrair volume, variedade, velocidade e valor da avalanche de informação cotidiana" abundam no que está por chegar:

     "As próximas fronteiras da datificação são mais pessoais: nossas relações, experiências e estados de ânimo. Por enquanto o usos dos dados estão ainda no estado embrionário. Os usos potenciais são extraordinários. Uma série de empresas novas vem estudando adaptar o gráfico social para utilizá-lo como sinais que permitam estabelecer avaliações creditícias.

     Partindo do princípio que "Deus os cria e eles se juntam": as pessoas prudentes fazem amizade com gente de mentalidade parecida, enquanto os esbanjadores e mau pagadores também formam seus grupinhos. Se tudo continuar bem, o Facebook poderia até se converter no próximo FICO, o organismo de qualificação de crédito."

     Duas grandes empresas de análise de dados, a Data Sift e Gnip chegaram a um acordo com Twitter para analisar os tuites, recorrendo às vezes a uma técnica chamada análise de sentimentos, a fim de armazenar comentários de clientes ou avaliar o impacto das campanhas de marketing, visando não incorrer no mesmos erros e repetir os sucessos.

     E um pouco mais adiante, os dados inclusive poderiam surgir dos objetos cotidianos. Desde assentos que datificam nosso traseiro até o que está planejando uma empresa start up de San Francisco, que vende diminutos sensores de movimento para que possam ser instalados em objetos do dia a dia, como uma escova dental, um chuveiro ou um pacote de areia para gatos, por exemplo, o que forneceria informação inédita até o momento a respeito de, respectivamente, a higiene bucal, a hora e o tempo do banho e o cuidado com os mascotes.

     Pessoas que estão apoquentadas com o olho bisbilhoteiro da NSA, nem deveriam pensar no que vem por ai.


    Fonte: Big Data / negóciodigital/LuisãoCS

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