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Nova York e suas neuras - Lucas Mendes

Enviado por Gilberto Godoy
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    Me perguntaram quem é o mais nova-iorquino dos nova-iorquinos e o primeiro nome que pintou foi Woody Allen. Bobagem minha. 

     Ele e as situações e os personagens dos seus filmes são nova-iorquinos, mas o nova-iorquino típico não é um cineasta neurótico genial.
Todos temos neuras. 

    Quais tipificam Nova York?

     Numa cidade de oito milhões de habitantes, mais da metade nascidos fora daqui ou filhos de pais imigrantes, quem é típico? Na década de 70, quando fizeram o retrato do americano típico, encontraram uma mulher de meia idade, de origem alemã.

     Se você perguntar a dezenas de pessoas quem é o nova-iorquino típico e como aprender a conviver com ele nesta cidade, vai encontrar dezenas de respostas diferentes. Pedro Andrade, companheiro de mesa no programa Manhattan Connection, acaba de lançar o Melhor Guia de Nova York. Confie nas sugestões dele. Foi a todos lugares, conhece donos e empregados.

     Pedro viveu em várias cidades. Diz que ser nova-iorquino não tem relação com a cidade onde a pessoa nasceu, cresceu ou mora, mas é onde se sente em casa. No caso dele, Manhattan.

     Ele oferece uma longa lista de sugestões práticas de como ser um nova-iorquino já na primeira viagem, para seu próprio bem e para o bem da cidade.

     Sempre dê gorjeta ao bartender e ao taxista.
     Evite Times Square, Soho e Quinta Avenida nos fins de semana.
    
Não se assuste com as ratazanas do Lower East Side. Fazem parte do cenário.
    
Evite pochete, chinelo de dedo e calça capri. Esta, nem em Capri.
     
Não aplaudir o piloto nas aterrissagens, nem pedir autógrafo a celebridades.
    
Não dependa de táxis entre 3h30 e 4h30. É hora de mudança de turno.
    
A pizza de US$ 0,99 pode ser tão boa quanto a de US$ 99.
    
Não peça descontos nem "choros" no bar.
    
Não critique turbantes, badulaques, piercings e tatuagens. A big applenão gosta do tédio visual.
    
Simpatia, paciência, cordialidade, iniciativa e bom humor funcionam em Nova York.
    
Brian Lehrer é meu mais nova-ioquino dos nova-iorquinos. 62 anos, com QI de 168. Nascido em Nova York, é um premiado radialista, escritor e documentarista.

     Entre os prêmios, ganhou o Heart of New York Award, do New York Press Club, pelo documentário Immigrant New York, the last 20 years. Da Biblioteca Pública de Nova York, ganhou o "Best Books for the Teenaged" pelo The Korean Americans. Há muitos outros.

     Brian faz um programa diário de duas horas na WNYC, a rádio pública de Nova York. Entrevista de Hillary Clinton a mãe de um garoto de 9 anos que vai para a escola de transporte público, mas quase sempre tem um tópico sobre a cidade, do banal ao profundo. Nenhum outro programa tem pulso mais preciso de Nova York.

     Esta semana ele perguntou: "Quem ensinou você a ser um nova-iorquino?". Jorraram respostas pelo telefone, Twitter e e-mail.

     Aqui vão algumas.

     "Foi um amigo. Aconselhou: 'Abra a porta para os outros, ajude a carregar pacotes, ceda assentos para grávidas. Sempre divida o espaço público'."
     "Uma garçonete do hotel Edison. Ela me ensinou a comer uma bagel."
     "Minha colega de trabalho: 'Seja fingida até chegar onde você quer'".
     "Meu marido me ensinou a surfar as multidões nas estações no rush sem mudar o ritmo das passadas."
     "Meu marido sugeriu viagens no metrô até o extremo sul e extremo norte da cidade. E voltar a pé. Num domingo, uma caminhada levou 9 horas. Foi o melhor dia de todos."
     "Um amigo me disse quando cheguei, em 1969: 'Se você não encontrar o que procura, o que procura vai encontrar você'. E acertou."

    Uma australiana, de Sydney, aprendeu com um nova-iorquino a dar um tapão no capô de carros que avançam nas faixas de pedestres. Em Sydney, se você der um tapa num capô, o motorista do carro desce e dá um murro em você. Em Nova York, eles ficam sentados, mansinhos. Eu e meus amigos mudamos para Nova York na década de 70, certos de que nossos destinos eram os teatros da Broadway.

     Aprendemos:
1 - Caminhe, caminhe, caminhe até aprender o caminho.
2 - Enquanto estiver caminhando, cante. Ninguém vai incomodar você enquanto você canta.
3 - Nunca aborde gente famosa. Os famosos merecem ficar em paz.
4 - Se alguém parece perdido, ajude.
5 - Sempre caminhe.

     Dos cinco que vieram, apenas um chegou à Broadway.
     Lição aprendida: não há nova-iorquino típico nem lição definitiva. Se você não achar Nova York, talvez Nova York ache você.
 

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