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As idades do homem - Sheakespeare

Enviado por Gilberto Godoy
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     O mundo inteiro é um palco, e todos os homens simples atores, com as suas saídas e entradas, com múltiplos papéis em atos que abrangem sete idades.

     Primeiro, temos a criancinha, choramingando e vomitando nos braços da ama. Segue-se o estudante resmungão, com a sua mochila, o brilhante rosto matinal, arrastando-se como um caracol para a detestada escola.

     A terceira idade é a do amante, suspirando como uma fornalha, com uma horrível balada em honra da sobrancelha da amada. Depois vem o soldado, cheio de estranhos juramentos, barbudo como um leopardo, zeloso da honra, brusco e ágil na luta, atrás da ilusória reputação, mesmo na boca do canhão.

     A quinta idade é a do magistrado, com o seu belo ventre redondo, usando gorro próprio, olhar severo e barba de corte formal, cheio de sábios provérbios e modernos julgamentos, desempenhando o seu papel.

     A sexta idade faz o homem vestir-se como um arlequim, de calças justas, óculos no nariz e algibeira ao lado; meias joviais, bem conservadas, um mundo amplo demais para as suas enfraquecidas pernas, e um vozeirão másculo a tornar-se num infantil soprano, cheio de silvos e sibilos.

     A derradeira cena, término da memorável história da vida, é a segunda infância, a do puro esquecimento, a da falta de dentes, de visão, de paladar, rumo ao nada.

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    (continua)


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    (continua)


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    (continua)


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  • "Porque entre o sim e o não é só um sopro,
    entre o bom e o mau apenas um pensamento,
    entre a vida e a morte só um leve sacudir de panos -
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    tudo recobre, tudo apaga, tudo torna simples
    e tão indiferente."


  • "Senhora das tempestades e dos mistérios originais
    quando tu chegas a terra treme do lado esquerdo
    trazes o terremoto a assombração as conjunções fatais
    e as vozes negras da noite Senhora do meu espanto...
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    (continua)


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    Hão de à força escutar quanto eu sustente...
    (continua)


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