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O meu olhar - Alberto Caeiro

Enviado por Gilberto Godoy
o-meu-olhar---alberto-caeiro


"O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás…
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem…

Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras…
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo…
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo.Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender …

O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo…
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar …
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar…"
 

Comentários

  • por: Ana Paula em segunda-feira, 11 de outubro de 2021
    Esse poema me fez recordar um tempo em que eu ainda criança gostava de admirar as estradas de terra, as árvores, flores e tudo que via pelo caminho... Tudo era novidade para mim! Lembro que ninguém tinha muita paciência comigo (rsrsrs...), mas tenho saudade daquela época e daquela inocência...

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    E faze a terra devorar sua doce prole;
    Arranca os dentes afiados da feroz mandíbula do tigre,
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    (continua)


  •    Por vezes posts antigos recebem comentários, que encontramos por mero acaso. Um dos primeiros "posts" deste "blog", justamente sobre "De Rerum Natura", o livro de Lucrécio que lhe dá o nome, originou uma questão de um leitor brasileiro sobre uma tradução do poema de Lucrécio para português. Mandou-nos um extracto, que julgamos apócrifo.   (continua)


  • "Ele esperou…
    Tanto, tanto, tanto…
    E esperou de tal modo,
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    (continua)


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    Devagar, porque não sei
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    (continua)


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    C. A. de Sá
     
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    Do Bardo enamorado...   (continua)

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    (continua)


  •    O poema 'A Terra Desolada' de T. S. Eliot, compoe-se de 5 partes e nele encontramos um resumo da história do pensamento ocidental. Há referências à literatura europeia, à literatura indiana e à Antiguidade clássica. Símbolo da civilização sem rumo do pós-Primeira Guerra, o poema contribuiu, ao longo de seus mais de 400 versos, para... (continua)


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    Se eu adoecesse pensaria nisso.
    Que idéia tenho eu das cousas?
    Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?
    ​(continua)


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    E eu tenho que gritar isso porque você está surdo e não
    Me ouve
    A sedução me escravisa a você
    Ao fim de tudo você permanece comigo mas prezo ao que
    Eu criei...
    (continua)


  •    “É preciso estar sempre embriagado. Eis aí tudo: é a única questão. Para não sentirdes o horrível fardo do tempo que rompe os vossos ombros e vos inclina para o chão, é preciso embriagar-vos sem trégua. Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa maneira. Mas embriagai-vos...  (continua)


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    Meus olhos andam cegos de te ver!
    Não és sequer razão de meu viver,
    Pois que tu és já toda a minha vida!
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    (continua)


  • “Donde vem? onde vai?  Das naus errantes 
    Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço? 
    Neste saara os corcéis o pó levantam,  
    Galopam, voam, mas não deixam traço.
       Bem feliz quem ali pode nest'hora 
    Sentir deste painel a majestade!
    (continua)


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