Terremotos no Brasil são raros mas podem ocorrer
Embora não sejam comuns no Brasil, os terremotos não são impossíveis de acontecer por aqui. Além disto, estudos geológicos mostram que há maior probabilidade de que os abalos ocorram em áreas mais populosas e com maior potencial de danos, como a região Sudeste e o Ceará. Essa é a tese defendida pelo sismógrafo José Alberto Vivas Veloso no livro “O terremoto que mexeu com o Brasil” (Thesaurus, 344 páginas) sobre o tremor de 1986 na cidade de João Câmara (RN), que teve magnitude de cinco pontos na escala Richter. No livro, Vivas descreve um cenário muito diferente do famoso clichê de um país livre de desastres.
“Não se pode comparar o perigo sismológico no País com as chuvas que ocorrem todos os anos, provocando desastres terríveis. Mesmo assim, o Brasil lida com os dois problemas de forma muito precária”, disse Veloso ao iG. Para o autor, os dois problemas devem ser tratados com atenção. “O Brasil nunca teve uma prevenção de desastres, pois achamos que é um País abençoado”, disse.
Veloso destaca que há inclusive uma preocupação de terremotos no mar atingirem as plataformas de petróleo. “Existe o cuidado de monitorar o mar”, disse. Bóias de monitoramento estão sendo colocadas para detectar movimentos sísmicos.
De acordo com o professor aposentado da UnB, o livro é um tentativa de mostrar o que podemos aprender com o passado. Ele explica que o descaso com terremotos está no fato de o País não estar em uma área de encontro de placas, onde ocorrem 95% dos terremotos no mundo. “Porém temos os outros 5% para acontecer no meio das placas. É ingenuidade achar que o Brasil não tem terremoto”, disse. Vale lembrar que cerca de meio milhão de tremores são registrados por ano em todo o mundo.